segunda-feira, 28 de maio de 2007
Vila Sésamo está de volta
Quem não se lembra da Vila Sésamo, a versão brasileira do Sesame Street norte-americano. No Brasil o programa fez sucesso na década de 70 (1972-1977) e retorna pelas mãos da TV Cultura. Na década de 70 o programa era apresentado em uma parceria da TV Cultura e da Rede Globo e contava com participações ilustres de Aracy Balabanian, Sonia Braga e Amandu Bogus. Os personagens Garibaldo e Caco nunca foram esquecidos, pelo menos pela minha geração. O retorno de Vila Sésamo demonstra a capacidade de ter programas educativos na televisão e a necessidade de conduzir com responsabilidade os conteúdos de programas infantis, os quais foram invadidos pela intenção exclusiva do lucro e da exploração visual. Após Vila Sésamo a televisão foi invadida por loiras oxigenadas de sandálias e batons, minissaias e músicas típicas da indústria fonográfica e de mensagens duvidosas. Construímos com a infância um pacto de mediocridade, desde de então, com a idolatria do consumo. Transformamos nossos filhos em adultos pequenos, onde a estética idealizada de corpo contracena com o vazio mental. Com o retorno de Vila Sésamos existe uma possibilidade de resgatar a função da mídia como instrumento de educação com qualidade, e quem sabe construir o futuro em vez de destruir.
sexta-feira, 25 de maio de 2007
A base de críticas...
Esta semana, eu recebi críticas pesadas pelo posicionamento favorável a exoneração dos 28 funcionários da Prefeitura de Maringá, que foram demitidos devido à invasão do paço municipal e depredação do patrimônio público. Não me importo com as críticas, mas considero necessário esclarecer que tem que haver um limite na ação do movimento sindical fundamentado no clientelismo e paternalismo do Estado. Criamos um vício de que toda e qualquer ação do movimento trabalhista tem que ser tolerada por que o trabalhador é um “eterno” protegido do estado e injustiçado social. Esta concepção getulista, forjada para controlar a relação entre capital e trabalho funcionou durante a política do controle ideológico e das organizações sociais dependentes da tutela do Estado. Contudo, estamos vivendo outro momento, onde a libertação do intervencionismo estatal exige responsabilidade sobre os nossos atos. O que demonstra a necessidade do movimento sindical assumir sua responsabilidade na conduta na liderança de classe.
Outro fator do qual fui acusado é de compactuar com o autoritarismo do Prefeito Silvio Barros II, onde sua atitude de exoneração dos funcionários significou exaltação do autoritarismo e da retaliação. Meus caros, que “santa ingenuidade”. Vamos admitir, por um momento, que o prefeito tenha feito uma retaliação e perseguido seus inimigos ideológicos através da exoneração. Que toda a ação do prefeito tenha sido pensada em eliminar a oposição ideológica alojada no sindicato dos servidores municipais, e que muitos inocentes pagaram por isso. O que considero algo esperado em um jogo de forças onde as relações ideológicas estão presentes. A culpa maior recai na ação do prefeito ou na incompetência estratégica do movimento sindical, o qual não calculou os riscos da ação que estava promovendo? Quando se entra em um embate como o que os servidores entraram, todos os passos deveriam ser calculados. A estratégia de ação contra o governo municipal foi levada a extremos durante a paralisação. E para concluir, a invasão do paço municipal foi o erro fatal para a derrocada do movimento grevista, ou seja, dar ao prefeito o aval para agir juridicamente contra a paralisação.
Eis que, apesar do que muitas vezes pensamos, Getúlio Vargas fez e faz um grande mal ao Brasil.
Outro fator do qual fui acusado é de compactuar com o autoritarismo do Prefeito Silvio Barros II, onde sua atitude de exoneração dos funcionários significou exaltação do autoritarismo e da retaliação. Meus caros, que “santa ingenuidade”. Vamos admitir, por um momento, que o prefeito tenha feito uma retaliação e perseguido seus inimigos ideológicos através da exoneração. Que toda a ação do prefeito tenha sido pensada em eliminar a oposição ideológica alojada no sindicato dos servidores municipais, e que muitos inocentes pagaram por isso. O que considero algo esperado em um jogo de forças onde as relações ideológicas estão presentes. A culpa maior recai na ação do prefeito ou na incompetência estratégica do movimento sindical, o qual não calculou os riscos da ação que estava promovendo? Quando se entra em um embate como o que os servidores entraram, todos os passos deveriam ser calculados. A estratégia de ação contra o governo municipal foi levada a extremos durante a paralisação. E para concluir, a invasão do paço municipal foi o erro fatal para a derrocada do movimento grevista, ou seja, dar ao prefeito o aval para agir juridicamente contra a paralisação.
Eis que, apesar do que muitas vezes pensamos, Getúlio Vargas fez e faz um grande mal ao Brasil.
quarta-feira, 23 de maio de 2007
O Paraíso Terrestre: Os Shoppings
O crescimento de shoppings é fundamental para uma cidade como Maringá, não podemos criar falsos discursos de igualdade onde o interesse pela segurança e o bem estar está na capacidade de consumo e não na cidadania. O crescimento de um comércio varejista que procura segregar o próprio consumidor ou adaptar as áreas de consumo ao perfil social do cliente. A cidadania é cada vez mais garantida pela privatização, onde se exige segurança e estética, a sensação magnífica do paraíso terrestre, local onde podemos consumir e nos sentir sintonizados com o ambiente que supera a desigualdade social e econômica, exalta a cultura e a necessidade de estar sintonizado com uma diversidade mundial. Contudo, sem sair do lugar. Os ambientes de consumo são democráticos, mas os consumidores não. Nas ilhas chamadas shoppings, o que nos deixa satisfeito é o respeito a carteira de identidade, chamada de “cartão de crédito”. A norma ou profecia a ser lembrada na era do consumo é: “cada macaco no seu galho”, ou melhor, “cada consumidor em seu lugar e quem não pode consumir em lugar nenhum”.
terça-feira, 22 de maio de 2007
Conselheiros Tutelares
Divulgada a lista dos Conselheiros Tutelares. Hélio Ghizoni foi o mais eleito, 632 votos foram obtidos por ele. É preciso entender que o Conselho Tutelar tem como função a vigilância sobre a condição da criança e adolescente. Buscar aplicar a lei sem transformá-la em um instrumento de permissividade do abuso de crianças, principalmente dos adolescentes é fundamental para o exercício da função de Conselheiro Tutelar.
Contudo, na violência da relação entre pais e filhos, onde há falta de autoridade dos pais, nós temos que considerar que não há dimensão do que é ter filhos. Compomos famílias sem princípios e organização, sem sentido de futuro e do porque estamos reunidos em uma mesma instituição que, ilusoriamente, chamamos de emocional.
Não estamos preparados para conviver com “os outros”. Outros, na condição de filhos, amigos, vizinhos, enfim, qualquer ser humano que se identifique além de nós mesmos e que necessite considerar que o mundo não é uma condição exclusivamente nossa, causa aflição e repulsa. A liberdade excessiva dos filhos denuncia a limitação de compreendermos a função que devemos desenvolver como pais. Queremos os prazeres da existência, mas não queremos o fardo das consequências. E nas relações familiares isto fica cada vez mais evidente.
Por isso a escolha de um Conselheiro tutelar é de suma importância. Conhecer a forma como compreende as relações sociais, como considera os conflitos contemporâneos e principalmente a violência doméstica, é pré-requisito importante para um bom Conselheiro. Pena que tivemos pouco tempo para uma boa campanha de conscientização da importância de uma eleição para o Conselho Tutelar. E infelizmente, uma grande parte da sociedade está afastada desta questão. Participamos de eleições para a escolha de governantes e consideremos um peso o exercício da cidadania, mas considere que a votação para um Conselheiro Tutelar está mais próxima que os decretos governamentais, têm reflexos e intervenções em nossa vida doméstica.
Contudo, na violência da relação entre pais e filhos, onde há falta de autoridade dos pais, nós temos que considerar que não há dimensão do que é ter filhos. Compomos famílias sem princípios e organização, sem sentido de futuro e do porque estamos reunidos em uma mesma instituição que, ilusoriamente, chamamos de emocional.
Não estamos preparados para conviver com “os outros”. Outros, na condição de filhos, amigos, vizinhos, enfim, qualquer ser humano que se identifique além de nós mesmos e que necessite considerar que o mundo não é uma condição exclusivamente nossa, causa aflição e repulsa. A liberdade excessiva dos filhos denuncia a limitação de compreendermos a função que devemos desenvolver como pais. Queremos os prazeres da existência, mas não queremos o fardo das consequências. E nas relações familiares isto fica cada vez mais evidente.
Por isso a escolha de um Conselheiro tutelar é de suma importância. Conhecer a forma como compreende as relações sociais, como considera os conflitos contemporâneos e principalmente a violência doméstica, é pré-requisito importante para um bom Conselheiro. Pena que tivemos pouco tempo para uma boa campanha de conscientização da importância de uma eleição para o Conselho Tutelar. E infelizmente, uma grande parte da sociedade está afastada desta questão. Participamos de eleições para a escolha de governantes e consideremos um peso o exercício da cidadania, mas considere que a votação para um Conselheiro Tutelar está mais próxima que os decretos governamentais, têm reflexos e intervenções em nossa vida doméstica.
segunda-feira, 21 de maio de 2007
Nem tudo é como se quer
Temos que encarar a realidade como quem encara a si mesmo. Considero, inclusive, que encarar o segundo (a si mesmo) é mais difícil que a realidade. Talvez a fraqueza de nossa conduta tem um significado imenso nesta condição. A realidade, por mais difícil que pareça é uma eterna aula de vida, mas se não temos a capacidade de entende-la quem terá por nós? Eu vejo cotidianamente os jovens jogarem a liberdade conquistada por seus pais e pelos que os antecederam no "lixo" e não levarem a diante a responsabilidade sobre a liberdade, tanto individual como coletiva. Uma conquista árdua, de todos nós. E que muitas vezes não se mantém ou se realiza pela simples condição de não existir um sentido, em grande parte dos jovens de hoje, do porque ser livre e o que fazer com esta liberdade. Um porque simples e claro, porque ser livre é fundamental para construir diariamente algo melhor do que o que nos antecedeu, o importante direito a escolha e de crescer com ela, pena que isto não pese a muitos.
sexta-feira, 18 de maio de 2007
Dívida Eterna
Esta semana, almocei com um dos meus melhores amigos, Marçal Siqueira. Minha relação com Marçal tem um tempero de casualidade e empatia. Siqueira conquistou em mim a admiração de um brilhante jornalista e um homem que supera constantemente os seus limites. Aprendo com ele coisas da alma e da razão, além da admiração pela carreira profissional que ele está construindo. Mas, se tem algo que marcará profundamente a imagem de Marçal Siqueira em minha vida é o convite para ser comentarista da Rádio CBN, a quem devo o ponto de partida e o aprendizado dos primeiros tempos no rádio. Junto com Marçal, o trabalho na CBN também tem a marca de Elci Nakamura, a qual considero a jornalista mais ética desta cidade. Tenho o orgulho da amizade e de trabalhar com estes profissionais. Se tenho caminhado na comunicação e se tenho construído uma carreira no rádio, ela tem Padrinho (Marçal) e Madrinha (Elci Nakamura).
Por isso torno público o meu MUITO OBRIGADO!
Por isso torno público o meu MUITO OBRIGADO!
O perigo vem de dentro
Construímos costumeiramente uma idéia de que a violência propagada no dia-a-dia virá dos elementos externos a nossa relação. Ficamos esperando que pela invasão de nossa casa, impondo uma arma e exigindo o que é nosso de direito, o bandido e mal feitor irá promover uma violência sem limites e colocar nossa vida em risco. Mas, por ironia de nossos falsos sonhos, o inimigo mora no mesmo teto e vive ao nosso lado. Os que mais promovem a destruição de nossa vida são os componentes de nossas relações pessoais, fazendo parte de nosso dia-a-dia como um “igual”. Os crimes hediondos, praticados por jovens ou adolescentes, com raras exceções, são em ambientes domésticos e contra os componentes da própria família. Não adianta ficarmos buscando explicações na mente criminosa que um jovem possa ter, os assassinos familiares são sujeitos normais e estão propagados. Literalmente temos um “inimigo íntimo”.
O que não é para todos: limites da democracia
O Aeroporto de Maringá, Silvio Name, agora tem a cobrança de taxa de estacionamento para quem permanecer mais de 15 minutos dentro do lote correspondente a responsabilidade da empresa que gerencia o Aeroporto, da qual Marcos Valêncio é o diretor superintendente.
Os usuários reclamam de terem que pagar, entre R$ 1,50 a R$ 2,00, para deixarem seu carro estacionado, sendo que muitos adoram o ritual de se despedir dos familiares que vão embarcar e saborear a imagem das partidas e chegadas dos aviões. O que fazer diante de tamanha proibição de R$ 2,00? A primeira coisa a concluir é que o aeroporto não é público. Não estou argumentando esta condição por ser administrado por ume empresa de caráter misto que tem Valêncio a frente, mas por ter uma restrição do serviço que presta. Viajar de avião ainda não é o mesmo que viajar de ônibus, que por sua vez não é o mesmo do que não poder viajar.
A democracia que se expressa na liberdade de ir e vir esbarra no custo do deslocamento e na manutenção dos serviços. De esta forma manter determinadas condições implica tanto no custo material como na restrição social. O que tem valor não é para todo mundo e, por conseqüência, é por isso que tem valor, muitas vezes. O ambiente do aeroporto pode se transformar em um ponto turístico, como já foi constante na Maringá bucólica de 30 anos atrás. Ir ao aeroporto era uma prática familiar de lazer como a pescaria, ficar esperando os “teço-tecos” pousarem e decolarem, era um exercício de paciência. Que saudades! Agora estamos reivindicando o direito de sermos confundidos com os passageiros e saborear aviões maiores e que pousem e decolem com mais freqüência. Contudo esbarramos na lógica vital da democracia de mercado, o direito de ir e vir existe, mas seu exercício tem um custo quando se caminha em chão privado. Ir ao aeroporto e não voar é ter que pagar para ficar. A final para que serve um aeroporto?!
Os usuários reclamam de terem que pagar, entre R$ 1,50 a R$ 2,00, para deixarem seu carro estacionado, sendo que muitos adoram o ritual de se despedir dos familiares que vão embarcar e saborear a imagem das partidas e chegadas dos aviões. O que fazer diante de tamanha proibição de R$ 2,00? A primeira coisa a concluir é que o aeroporto não é público. Não estou argumentando esta condição por ser administrado por ume empresa de caráter misto que tem Valêncio a frente, mas por ter uma restrição do serviço que presta. Viajar de avião ainda não é o mesmo que viajar de ônibus, que por sua vez não é o mesmo do que não poder viajar.
A democracia que se expressa na liberdade de ir e vir esbarra no custo do deslocamento e na manutenção dos serviços. De esta forma manter determinadas condições implica tanto no custo material como na restrição social. O que tem valor não é para todo mundo e, por conseqüência, é por isso que tem valor, muitas vezes. O ambiente do aeroporto pode se transformar em um ponto turístico, como já foi constante na Maringá bucólica de 30 anos atrás. Ir ao aeroporto era uma prática familiar de lazer como a pescaria, ficar esperando os “teço-tecos” pousarem e decolarem, era um exercício de paciência. Que saudades! Agora estamos reivindicando o direito de sermos confundidos com os passageiros e saborear aviões maiores e que pousem e decolem com mais freqüência. Contudo esbarramos na lógica vital da democracia de mercado, o direito de ir e vir existe, mas seu exercício tem um custo quando se caminha em chão privado. Ir ao aeroporto e não voar é ter que pagar para ficar. A final para que serve um aeroporto?!
quarta-feira, 16 de maio de 2007
Dois pesos e duas medidas
O governo do Estado deu prazo de 60 dias para a empresa TeatraPack apresentar um projeto de destinação final das embalagens longa vida. Anualmente, o mercado do Paraná consome aproximadamente quinhentos milhões de unidades desse tipo de embalagem e apenas cerca 160 milhões são recicladas;
A política ambiental é uma responsabilidade do poder público, sem dúvida. E a fiscalização deve ser rígida sobre as empresas multinacionais. Mas, como na política os mecanismos legais contribuem para benefícios nem sempre tão nobres quanto aparentam, temos que lembrar que a empresa Sig Combibloc, empresa suíça, e única concorrente mundial da Tetra Pak, está se instalando em Campo Largo com apoio fiscal do governo do estado, através do Projeto “Bom Emprego”, com benefícios de ICMS. A autorização para a instalação da empresa já está formalizado desde novembro de 2006. A empresa deve concluir sua instalação este ano ou no ano que vem (2008). O que me pergunto é se Requião foi tão exigente com a Sig Combibloc como é com a Tetra Pak em relação ao plano de gerenciamento de resíduos e reciclagem de produtos.
A política ambiental é uma responsabilidade do poder público, sem dúvida. E a fiscalização deve ser rígida sobre as empresas multinacionais. Mas, como na política os mecanismos legais contribuem para benefícios nem sempre tão nobres quanto aparentam, temos que lembrar que a empresa Sig Combibloc, empresa suíça, e única concorrente mundial da Tetra Pak, está se instalando em Campo Largo com apoio fiscal do governo do estado, através do Projeto “Bom Emprego”, com benefícios de ICMS. A autorização para a instalação da empresa já está formalizado desde novembro de 2006. A empresa deve concluir sua instalação este ano ou no ano que vem (2008). O que me pergunto é se Requião foi tão exigente com a Sig Combibloc como é com a Tetra Pak em relação ao plano de gerenciamento de resíduos e reciclagem de produtos.
segunda-feira, 14 de maio de 2007
Maringá ontem e hoje
O titulo acima já foi orgulhosamente o título de um livro sobre Maringá, de um professor de História, que infelizmente não me recordo o nome. Relatava o desenvolvimento da região desde a colonização até as incertezas do final da década de 1970. Na indústria, agricultura e comércio marcavam a atividade econômica como condição e possibilidade. Hoje, se fossemos reescrever a obra teríamos que descartar a indústria, acrescentar a prestação de serviços e consolidar o comércio varejista. Contudo teríamos um novo elemento econômico de grande repercussão financeira, a contravenção. É meu caro, o tráfico de drogas, estelionato, falsificação, sonegação são algumas das atividades que tomam conta de nossa cidade. Se fossemos considerar o quanto elas injetam de capital na região, acredito que teríamos um “amanhã” bem diferente do que muitos pioneiros imaginaram.
domingo, 13 de maio de 2007
Quem disse que falta emprego? Falta é trabalho qualificado.
Eu vejo diariamente as agências de emprego procurando pessoas para ofícios que se repetem ao longo dos meses. Em um programa de telejornal que oferecem vagas para trabalhadores com qualificação técnica, já ouvi em pelos menos três semanas seguidas a necessidade de um técnico para equipamentos de refrigeração industrial. Outras tantas vagas para operadores de máquinas, sem contar com as inúmeras para costureiras. O que parece contraditório é que o desemprego cresce em índices significativos nestes últimos dez anos, quase 3% ao ano, batendo em quase 12% da população economicamente ativa (PEA).
Mas como entender esta contradição entre vagas sobrando e desemprego aumentando. Simples, não qualificamos a mão de obra. Se levarmos em consideração os anos entre 1995 e 2005, chegaremos a números preocupantes da falta de investimentos em qualificação.
Em 1995 o estado investia 0,39% do PIB (Produto Interno Bruto), ou seja, de toda a produção de riqueza do país, a qual, em parte, é fruto da produtividade da mão-de-obra. A população atingida por estes investimentos era de 6,1% da população da PEA. Bom, em 2005 as coisas pioraram e passaram para 0,33% do PIB (o qual aumentou), e beneficiou 5,2% dos trabalhadores.
Fico admirado de o governo ter tanta preocupação com a inclusão dos negros e índios nas universidades, assim como a preocupação com a educação superior para a população de baixa renda. Deveríamos focar na qualificação técnica, investir profundamente em Sescs, Senacs, Sesis, Senais, etc. As escolas de formação técnica deveriam receber prioridade para permitir uma inclusão social no trabalho. Um governo dos trabalhadores, pelos menos com um histórico vinculado “em defesa da classe operária”, deveria se preocupar mais com o verdadeiro fator de exclusão social, o DESEMPREGO.
Mas como entender esta contradição entre vagas sobrando e desemprego aumentando. Simples, não qualificamos a mão de obra. Se levarmos em consideração os anos entre 1995 e 2005, chegaremos a números preocupantes da falta de investimentos em qualificação.
Em 1995 o estado investia 0,39% do PIB (Produto Interno Bruto), ou seja, de toda a produção de riqueza do país, a qual, em parte, é fruto da produtividade da mão-de-obra. A população atingida por estes investimentos era de 6,1% da população da PEA. Bom, em 2005 as coisas pioraram e passaram para 0,33% do PIB (o qual aumentou), e beneficiou 5,2% dos trabalhadores.
Fico admirado de o governo ter tanta preocupação com a inclusão dos negros e índios nas universidades, assim como a preocupação com a educação superior para a população de baixa renda. Deveríamos focar na qualificação técnica, investir profundamente em Sescs, Senacs, Sesis, Senais, etc. As escolas de formação técnica deveriam receber prioridade para permitir uma inclusão social no trabalho. Um governo dos trabalhadores, pelos menos com um histórico vinculado “em defesa da classe operária”, deveria se preocupar mais com o verdadeiro fator de exclusão social, o DESEMPREGO.
Cada povo tem o automóvel que merece.
As montadoras no Brasil devem investir este ano na fabricação de Air Bags no Brasil para baratear o custo do item nos automóveis populares. Hoje a colocação de air bags tem um custo menor que cd e ar-condicionado, mas os clientes ainda preverem os itens estéticos do que o de segurança. Os preços de air bags em automóveis populares variam de R$ 900,00 a R$ 2.000,00, contudo o preço de ar-condicionado e cd players está em torno de R$ 4.000,00. As montadoras, com a Volkswagen apresentam índices reveladores, cerca de 2,5% dos automóveis fabricados tem opcionais como air bags, enquanto 50% tem ar-condicionado. Desta forma se denuncia que o desejo estético fala mais auto que a segurança. O consumidor denuncia sua verdadeira preocupação, ter um meio de transporte associado ao prazer mais do que a segurança. Se levarmos em conta a utilização de outros opcionais o nosso espanto seria maior, principalmente quando falamos de acessórios exclusivamente estéticos. Acredito que o lema do consumidor brasileiro seja: “se é para correr riscos, que seja em grande estilo”. Lamentável em um país onde o número de morte em acidentes de trânsito é alarmante.
Do que nós livramos os bolivianos?
Encerraram-se neste final de semana (12/05) as negociações sobre a venda de duas refinarias da Petrobrás. O governo boliviano queria pagar apenas 70 milhões de dólares pelas refinarias, enquanto a Petrobrás exigia 160 milhõews. O acordo firmado foi marcado por um prejuízo de 60 milhões de dólares para a petrolífera brasileira. Contudo não temos o que lamentar. Por rara vez, concordo com o Presidente Luis Inácio Lula da Silva. O preço pago fale a pena, principalmente para não ser chamado de elemento que desestabilizou o governo de Evo Morales, o qual já está fadado ao fracasso.
A liderança brasileira na América Latina tem que se firmar pela estabilidade de regimes que dêem respostas mais sólida aos problemas econômicos e sociais. Não existem mais milagres econômicos efetuados por políticas ultranacionalistas, ou mesmo do chamado socialismo por decreto. A infantilidade da luta antiimperialista pode ter conseqüências drásticas para que aposta em rupturas como o capital internacional sem alternativas de manutenção da economia nacional de forma sólida.
Neste panorama, a falsa liderança de Hugo Chaves no continente tende a ser perniciosa e de porão. Fará diferença exclusiva em países com capacidade limitada de negociações no mercado internacional, e infelizmente os que mais necessitariam de uma integração ao mercado e aos investimentos internacionais.
Desta vez, parabéns Lula! É melhor perder o peão do que deixar de cair o reinado.
A liderança brasileira na América Latina tem que se firmar pela estabilidade de regimes que dêem respostas mais sólida aos problemas econômicos e sociais. Não existem mais milagres econômicos efetuados por políticas ultranacionalistas, ou mesmo do chamado socialismo por decreto. A infantilidade da luta antiimperialista pode ter conseqüências drásticas para que aposta em rupturas como o capital internacional sem alternativas de manutenção da economia nacional de forma sólida.
Neste panorama, a falsa liderança de Hugo Chaves no continente tende a ser perniciosa e de porão. Fará diferença exclusiva em países com capacidade limitada de negociações no mercado internacional, e infelizmente os que mais necessitariam de uma integração ao mercado e aos investimentos internacionais.
Desta vez, parabéns Lula! É melhor perder o peão do que deixar de cair o reinado.
sábado, 12 de maio de 2007
O que me angustia em Maringá
Sou maringaense de nascimento e vivi toda a minha vida residindo aqui, em Maringá. Gosto desta cidade por diversos fatores, um dos principais é que aqui realizo minha vida profissional e construo uma identidade de cidadão. Tendo na medida do possível atuar constantemente na vida pública, sem ser político, por mais que tenha minhas simpatias e decepções com a política. Mas, Maringá me preocupa. Nada me dá medo como o futuro que estamos construindo para nossa cidade. Quando Silvio Barros II assumiu, fiquei, de certa forma, empolgado com a perspectiva de se construir uma cidade que desse um paço a frente e muda-se. Não só na estrutura física, mas em sua mentalidade.
Hoje, ainda temo a mente provinciana, o excesso de religiosidade e falta de conceitos mais sólidos e racionais sobre o tráfico de drogas e a violência urbana. Temo a desigualdade que estamos criando a nossa volta, os municípios que fazem parte da região metropolitana de Maringá apresentam sintomas alarmantes de desigualdade.
Mas, temos que continuar alertando e demonstrando os números de uma desigualdade que não é só de nossa região, se prolifera no mundo, principalmente nos países do Terceiro Mundo.
Hoje, ainda temo a mente provinciana, o excesso de religiosidade e falta de conceitos mais sólidos e racionais sobre o tráfico de drogas e a violência urbana. Temo a desigualdade que estamos criando a nossa volta, os municípios que fazem parte da região metropolitana de Maringá apresentam sintomas alarmantes de desigualdade.
Mas, temos que continuar alertando e demonstrando os números de uma desigualdade que não é só de nossa região, se prolifera no mundo, principalmente nos países do Terceiro Mundo.
Tarso na Araucária
A liderança na pesquisa acadêmica se forma ao longo do tempo e da maturidade que a militância gera é sempre confirmada a máxima de que somos o que construímos e não o que desejamos. Tarso é um militante e atuante com competência e com compromisso com sua classe de atuação. Ele vem ao longo do tempo lutando pela qualidade do ensino e da pesquisa e tem uma visão lúcida sobre o papel que a ciência exerce na vida humana. Em sua posse a frente da Fundação Araucária destacou a importância da ciência na busca de soluções concretas para a vida humana. A ciência é nossa grande arma contra o que ameaça a existência do próprio homem. Tarso ressaltou que as pesquisas têm que se comprometer com resultados e não permanecer na gaveta das instituições de ensino superior. Esta deve ser a diferença que as instituições de ensino superior devem fazer produzir um conhecimento que gere mudanças na vida humana, independente da área de conhecimento. O ser humano é único, suas necessidades são muitas e a ciência não tem fronteiras nem limites, a ciência é nossa maior capacidade de criação e transformação. Parabéns Tarso!
Filas nos Bancos
Quando falamos do porque os Bancos tem filas o motivo está em quem é cliente e quem não é. O inferno decretado ao não cliente é uma forma de impor o desejado “cliente preferencial”. A angústia das filas faz parte de uma guerra psicológica e discriminação na imposição de uma abertura de conta como única condição de viver nas relações econômicas que o capital impõe. Quando analisarmos as filas dos Bancos é sempre bom lembrar que as instituições financeiras estão entre as que mais lucraram nos últimos anos. Toda a vida parece estar predestinada a passar por uma instituição financeira. Desta forma, os que não pertencem à clientela sofrerão as filas para pagar suas contas, mas receberá em casa, por telefone ou correio, o convite sedutor a ingressar na casta dos favorecidos. Na hora de fazer o gasto e dar lucros abusivos o convite é personalizado, o gerente é seu amigo. Na hora de uma dificuldade extrema e da necessidade do uso racional sem compromisso com a instituição financeira, você se torna apenas o CPF.
A Fachada Caiu
Uma marquise caiu no centro da cidade nesta segunda-feira. Um sinal, para quem tem bom senso, importante. É preciso encarar o tempo de existência das edificações no centro da cidade, assim como em boa parte da área central de Maringá. O desabamento desta segunda-feira pode ocorrer novamente em outros prédios. Estamos comemorando os 60 anos de Maringá, alguns dos prédios da área central já tem meio século de existência sem grandes alterações estruturais. O que temos de mudança é apenas a fachada para atender as necessidades da economia local e dar uma revitalização aparente ao que continua velho. Às vezes, expressamos nas reformas das fachadas, com as antigas estruturas, o que vem sendo a prática administrativa da economia local. O medo de uma mudança profunda faz manter a prática varejista sem gerar novas possibilidades de negócios no antigo centro do comércio.
Aplicando a mesma lição da Antiga Rodoviária, os estabelecimentos do centro da cidade podem estar com sua data de validade vencida. A revitalização da Avenida Brasil é um bom começo para mudar definitivamente o que as fachadas escondem de velho no antigo centro do comércio local.
Aplicando a mesma lição da Antiga Rodoviária, os estabelecimentos do centro da cidade podem estar com sua data de validade vencida. A revitalização da Avenida Brasil é um bom começo para mudar definitivamente o que as fachadas escondem de velho no antigo centro do comércio local.
sexta-feira, 4 de maio de 2007
Como as malas
O presidente da Câmara de Vereadores de Mandaguari, Romoaldo Pereira Velasco foi seqüestrado e assaltado. Os assaltantes o renderam e o colocaram no porta-malas do seu carro, que foi abandonado em seguida em um canavial. A rentabilidade do crime está em pouco mais de dois mil reais. O que colher da experiência de Romoaldo? A primeira lição é que o porta-malas também deve ser visto como um local para passageiros. Temos que pensar na condição em que as malas vivem. Malas são jogadas no compartimento de trás sem a menor consideração, algumas delas sem alça, outras com um peso insuportável. Mas, independente do tamanho ou forma, somos cada vez mais tratados como malas. Estamos seqüestrados em nossos próprios carros, casas, trabalho, escola e em todos os lugares em que deveríamos ser o elemento principal, o cidadão, o personagem determinante e o centro das atenções. Contudo, somos a mala, o peso, o que, infelizmente, é jogado no compartimento de cargas, o peso morto. Diante disto, muitos começam a pensar em decorar porta-malas de seus carros, pelos menos seqüestrado você pode se sentir gente, mesmo sendo mala.
O Estado da filantropia
Você já pensou se a moda pega? A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Maringá vai disponibilizar advogados criminalistas para atender presos em flagrante ou que estejam com sentença decretada, função que deveria ser do Estado. A intenção é nobre, mas a prática vicia e encobre a incompetência do Estado. Estamos diante do doente que precisa de tratamento de choque e temos consciência da gravidade. Contudo amenizamos a dor em prol da falta de remédio eficaz. Seria como financiar a cocaína para não ver a violência do viciado. E não pense que o dependente do vício é o preso, mas o Estado.
As eternas “vítimas”
Assim vejo o homem contemporâneo e os fatos que comprovam que estamos em uma geração de seres humanos que não respondem mais pelos seus próprios atos. Mesmo pegos em flagrante são inocentes. No percurso entre Maringá e Paranavaí caminhoneiro com excesso de carga não aceita ser punido. Para piorar colegas aliam-se a ele e transformam o erro a contravenção em uma luta pelos direitos de “todos”. Eu me pergunto, que direitos e que todos? Talvez o direito a impunidade para “todos” poderem fazer o que quiserem. Chegamos a questionar a regra por ter o delito um grande número de adeptos. Poderemos assistir em breve a passeata dos assaltantes e dos políticos corruptos em prol de legalizar suas práticas como um legítimo direito. É a defesa da anarquia generalizada, onde protestar pelos direitos legais é menos importante do que o descumprimento da regra, quando interessa. Outra questão que me deixa perplexo no protesto de caminhoneiros quanto ao excesso de carga, é que as empresas muitas vezes pressionam para que seus funcionários, os caminhoneiros, descumpram a lei. Elas, as empresas, nunca são citadas.
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