sexta-feira, 18 de maio de 2007

O que não é para todos: limites da democracia

O Aeroporto de Maringá, Silvio Name, agora tem a cobrança de taxa de estacionamento para quem permanecer mais de 15 minutos dentro do lote correspondente a responsabilidade da empresa que gerencia o Aeroporto, da qual Marcos Valêncio é o diretor superintendente.
Os usuários reclamam de terem que pagar, entre R$ 1,50 a R$ 2,00, para deixarem seu carro estacionado, sendo que muitos adoram o ritual de se despedir dos familiares que vão embarcar e saborear a imagem das partidas e chegadas dos aviões. O que fazer diante de tamanha proibição de R$ 2,00? A primeira coisa a concluir é que o aeroporto não é público. Não estou argumentando esta condição por ser administrado por ume empresa de caráter misto que tem Valêncio a frente, mas por ter uma restrição do serviço que presta. Viajar de avião ainda não é o mesmo que viajar de ônibus, que por sua vez não é o mesmo do que não poder viajar.
A democracia que se expressa na liberdade de ir e vir esbarra no custo do deslocamento e na manutenção dos serviços. De esta forma manter determinadas condições implica tanto no custo material como na restrição social. O que tem valor não é para todo mundo e, por conseqüência, é por isso que tem valor, muitas vezes. O ambiente do aeroporto pode se transformar em um ponto turístico, como já foi constante na Maringá bucólica de 30 anos atrás. Ir ao aeroporto era uma prática familiar de lazer como a pescaria, ficar esperando os “teço-tecos” pousarem e decolarem, era um exercício de paciência. Que saudades! Agora estamos reivindicando o direito de sermos confundidos com os passageiros e saborear aviões maiores e que pousem e decolem com mais freqüência. Contudo esbarramos na lógica vital da democracia de mercado, o direito de ir e vir existe, mas seu exercício tem um custo quando se caminha em chão privado. Ir ao aeroporto e não voar é ter que pagar para ficar. A final para que serve um aeroporto?!

Um comentário:

rcaesare disse...

Pois é, Gilson.
O Aeroporto agora é que nem foi a Expoingá: é o pobre pagando bem caro para ver o que o rico usufrui quase de graça. Bem ao gosto da (ainda, até quando, meu Deus!) provinciana Maringá.