Eu vejo diariamente as agências de emprego procurando pessoas para ofícios que se repetem ao longo dos meses. Em um programa de telejornal que oferecem vagas para trabalhadores com qualificação técnica, já ouvi em pelos menos três semanas seguidas a necessidade de um técnico para equipamentos de refrigeração industrial. Outras tantas vagas para operadores de máquinas, sem contar com as inúmeras para costureiras. O que parece contraditório é que o desemprego cresce em índices significativos nestes últimos dez anos, quase 3% ao ano, batendo em quase 12% da população economicamente ativa (PEA).
Mas como entender esta contradição entre vagas sobrando e desemprego aumentando. Simples, não qualificamos a mão de obra. Se levarmos em consideração os anos entre 1995 e 2005, chegaremos a números preocupantes da falta de investimentos em qualificação.
Em 1995 o estado investia 0,39% do PIB (Produto Interno Bruto), ou seja, de toda a produção de riqueza do país, a qual, em parte, é fruto da produtividade da mão-de-obra. A população atingida por estes investimentos era de 6,1% da população da PEA. Bom, em 2005 as coisas pioraram e passaram para 0,33% do PIB (o qual aumentou), e beneficiou 5,2% dos trabalhadores.
Fico admirado de o governo ter tanta preocupação com a inclusão dos negros e índios nas universidades, assim como a preocupação com a educação superior para a população de baixa renda. Deveríamos focar na qualificação técnica, investir profundamente em Sescs, Senacs, Sesis, Senais, etc. As escolas de formação técnica deveriam receber prioridade para permitir uma inclusão social no trabalho. Um governo dos trabalhadores, pelos menos com um histórico vinculado “em defesa da classe operária”, deveria se preocupar mais com o verdadeiro fator de exclusão social, o DESEMPREGO.
domingo, 13 de maio de 2007
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