terça-feira, 7 de agosto de 2007

Quando “Cora Coralina” é apenas um nome

A patrulha escolar de Sarandi apreendeu dois adolescentes armados. Eles disseram que levavam revólveres para a Escola para defesa pessoal. Quem está armado tem a intenção da violência. A arma ganha status de melhor argumento.
Assisti ao filme “Pixote”, sugiro que assista também “Cidade de Deus”. Vamos aprender com personagens que, por pertencerem ao meio da violência, interpretam muito bem o mal-feitor. O uso da arma é uma condição para quem precisa de uma identidade e um sentido. A adolescência determina caminhos a serem percorridos e impulsiona o jovem na busca de desafios. Isto é da idade. Mas, é irônico, porque na mesma idade que se busca na arma uma solução para a vida, o nome da Escola é um exemplo de outro caminho. Cora Coralina foi escrito goiana que aos 14 anos de idade se dedicou a escrever suas poesias, mesmo que sem publica-las. Contudo, mudou sua vida quando já tinha mais de 60 anos, inclusive o nome, Cora Coralina. Morreu com quase cem anos. Mas, infelizmente e provavelmente, este não será o fim dos adolescentes que portavam armas em uma escola em Sarandi, nem a poesia e nem viver muito. O mais próximo que estas histórias chegaram, a poetisa e os adolescentes armados, foi, apenas, o nome da escola.

Nenhum comentário: