segunda-feira, 16 de julho de 2007

A vitória da “tradição”, saída honrosa ou empate premeditado?

O Diretório Municipal do PMDB de Maringá realizou ontem (15/07) sua convenção para a escolha de uma nova presidência. Na disputa a Chapa Roberto Requião, encabeçada por Humberto Crispin e a Chapa Manda Brasa, liderada por uma dupla, sem se saber direito quem liderava, Mario Hossokawa ou Pupin. A chapa Governador Roberto Requião obteve 587 votos e a chapa Manda Brasa, 499 votos. Mas, quem venceu?
Ficamos durante o final de junho e a primeira quinzena de julho em uma discussão “profunda” sobre o destino do maior partido do Brasil em Maringá. Acreditava, até mesmo, em uma intervenção do Governador, mas quando Requião ao inaugurar uma obra do Corpo de Bombeiros em Jandaia do Sul disse que aceitaria a chapa que vencesse as urnas, pensei: democracia doméstica não combina com a política de caudilho. Da mesma forma me veio a lógica de Maquiavel em sua obra “O Príncipe”, o governante entrega ao povo o direito de decidir o que não tem escolha, já está decidido.
Acredito que, pelos números, a vitória da chapa Roberto Requião faz sentido no próprio nome, a liderança do partido é fruto de uma sociedade de interesses múltiplos e que se vê minada pela capacidade de articulação de lados opostos, que se unem para manter o poder, eis a lógica da política e de quem governa. Crispin continuará mais pelo amor a cadeira e seus benefícios do que pela função, isto se existe outra função que não seja permanecer. Na capacidade de sobrevivência Crispin é mestre.
A Chapa Manda Brasa tinha nomes históricos, mas em grande parte foi organizada para conter as articulações que poderiam ocorrer com o PMDB procurava defender interesses ligados a Silvio Barros II, este objetivo foi alcançado, mesmo com uma derrota nas urnas. A nova composição da diretoria do partido impedirá excessos nas coligações, facilitando articulações e possibilidades sem contratempos para quem estiver disposto a negociar com a sigla.
Acredito, enfim, que não houve uma vitória, mas o resultado foi o empate, como tudo no PMDB não se define nas urnas internas do partido, ou nas eleições que participa pelos cargos públicos no país. O PMDB permanece pois está em todos os lados e em tudo. É um partido de negócios constantes e sócios temporários. Parece mais uma bolsa de valores do que um partido político. Nesta lógica, Cláudio Ferdinandi foi o grande vencedor, um pemedebista histórico e único capaz de administrar uma sociedade como o PMDB.

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