segunda-feira, 16 de julho de 2007

Imagem de papel

Maringá ficou na 33a. posição entre as cidades de melhor condição para se fazer carreira profissional. O que determinou isto foram às escolhas que Maringá fez nos últimos 20 anos. Maringá abriu mão do desenvolvimento industrial como diretriz de crescimento, perdeu o mercado atacadista como pólo e conseguiu conciliar o agronegócio com uma política de prestação de serviços estruturando a cidade para atender ao consumo varejista. O desenvolvimento das instituições de ensino superior permite formar um novo produto, a mão-de-obra qualificada. A prestação de serviço cresce e mantém uma cadeia de instituições de comércio varejista que domina a vida e a paisagem econômica da cidade. Que belo quadro se tudo fosse teoria. Esta mesma condição é ambiente propício para criar um comportamento consumista em uma sociedade onde parte considerável dos jovens que freqüentam as instituições de ensino tem um poder médio ou alto de consumo. São consumidores natos de uma vida fácil e de prazeres constantes. Que pena que ainda não conseguimos aliar as instituições de ensino a uma vida cultural mais intensa e uma formação humana que seja construída com atividades públicas que evoquem o sentido da ciência e da tecnologia na vida social. Descarregamos a força de nossa existência em comportamentos medíocres, em prazeres que nos assustam em forma de violência. São eles que demonstram que as instituições de ensino não têm melhorado o caráter do ser humano que a freqüenta. Também não acredito que isso possa ocorrer. Medimos o homem pelo bolso e não pelo caráter. Não construímos bons modelos de liderança nos últimos anos, não propagamos um homem melhor como identificação pública. O número de crimes, corrupção, desmandos, consumo de drogas, assassinatos e trânsito nos condenam.
Diante de nossa posição na lista de cidades onde se pode construir uma carreira profissional, fico me perguntando que carreira pode ser construída? Que homem estamos construindo?

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