quinta-feira, 28 de junho de 2007

A solidão de Marli

O presidente da Câmara de Vereadores de Maringá, John Alves Correa e o proprietário da empresa Informar Assistência Técnica José Wanderley Domingues foram condenados a ressarcir aos cofres públicos 236 mil e 242 reais por causa da compra de 20 notebooks e diversos equipamentos de informática e vídeo que foi feita em 2005. Outros sete funcionários também foram condenados e terão que pagar multa no valor de um mês de seus salários. Nenhum dos vereadores, que respondem pela direção da Câmara na ausência do presidente, que está viajando, se pronunciou. Uns alegam não conhecerem a sentença outros querem analisar o processo, e ainda há quem esteja afastado de suas funções, e por isso não quis se pronunciar, como é o caso do vereador Mário Ossokawa, vice na presidência do legislativo municipal.
Como devemos interpretar este silêncio? Por que tamanha dor em tocar em tão conhecido e popularizado tema, “a compra dos laptops”? Será que o velho ditado cabe, “Quem cala consente”? Estaríamos diante do “silêncio dos inocentes”? Quem fala e declara sua posição é a vereadora Marli Matin, dos Democratas. Seu sentimento de oposição muitas vezes vai além da própria função de legislar, é uma guerra declarada ao poder instituído em torno do Presidente do Legislativo, John Alves Corrêa. Contudo, a vereadora Marli vive a solidão política dos tempos atuais. O maior exemplo disto são os vereadores do Partido dos Trabalhadores que já ombraram, em tempos ídos, os embates sobre a fraude na compra dos notebooks com a vereadora dos Democratas, os petistas agora silenciam. Será uma ordem que vem de cima ou uma vontade que vem de dentro? Após tantas perguntas que não querem calar, mais uma vez a Procuradoria Jurídica da Câmara de Vereadores vai recorrer alegando que não houve fraude. E a novela dos laptops continua. Já nós, dignos e respeitados cidadãos, telespectadores de nossa própria desgraça de fraudes e desvios, não podemos perder os próximos capítulos.

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