quarta-feira, 13 de junho de 2007

O recorde agrícola

O IBGE aponta uma safra recorde este ano, mas os produtores agrícolas consideram que o recorde não virá, mas confirmam o excelente momento da capacidade produtiva do país. Assim a agricultura é recorde e garante ao sul do Brasil a liderança, com mais de 130 milhões de toneladas a agricultura brasileira demonstra o potencial de produção que o campo determina sobre a vida econômica do país. Diante da euforia, uma reclamação, os produtores consideram que o dólar desvalorizado está sendo prejudicial aos produtores e pedem mudanças na política cambial. Não podemos nos iludir, não estamos mais na “república café com leite”, onde tínhamos o império do “rei café” e seus Convênios de Taubaté. Neste período, a história econômica brasileira era marcada pela transformação do Estado em uma extensão do poder agrário-exportador e a economia brasileira era determinada pelo movimento que setores agrícolas determinavam ao país. Não estamos também nas benesses da ditadura militar, que tinha na valorização dos produtos agrícolas e seus subsídios ilimitados, que por sinal fez muito da riqueza de nossa região.
Felizmente vivemos a economia de mercado onde demanda e produção apresentam uma relação vital na compreensão dos preços e produtos como fonte de riqueza. Uma interferência no câmbio do país para atender a setores da economia, seja ele qual for, colocaria em risco toda a política de estabilização econômica, seja a inflação ou investimentos externos.
Os preços dos produtos agrícolas estão em alta no mercado internacional e a nossa agricultura exportadora ganha com isso, assim deve ser mantida a condição de produção, que por sinal teve um avanço tecnológico significativo graças ao mesmo dólar estável e de valor reduzido em relação ao real.
Mais uma vez, volto a repetir, os tempos da república oligárquica cafeeira já passou, assim como dos subsídios agrícolas da ditadura. Temos que entender a economia mundial como um determinante das condições de produção e comercialização de todos os bens produzidos no mundo do capital. Quem defende a interferência do governo federal no câmbio, defende a “socialização de perdas”, ou seja, quando é prejuízo socializamos, quando é lucro fica na mão de poucos.

Um comentário:

ta_maite disse...

Não há o que escrever depois de um comentário bom como esse!
Adorei o: "não estamos mais na república café com leite !"
Só me resta dar Parabéns por toda a sabedoria que você possui !

De sua eterna fã Thaynara