Hoje acessei o blog do Ângelo Rigon e vi meu comentário sobre a possibilidade de greve dos professores da UEM publicado. Primeiro, eu agradeço ao Ângelo por ter publicado. Mas, também gostaria de declarar que tenho um orgulho imenso de minha história na Universidade Estadual de Maringá, e de tudo o que defendi em minha vida como acadêmico, profissional técnico administrativo, ou mesmo professor. A experiência que a vida universitária me deu não poderá jamais ser substituída por qualquer outra na construção da minha vida profissional.
Lembro-me de Paulo Udo com quem fiz minha filiação no PCB (Partido Comunista Brasileiro) e não PC do B, o que fez e faz uma grande diferença no posicionamento ideológico e na militância dos anos 80. Mas os anos 80 se foram e a Guerra Fria com ele, uma pena. Hoje não sou mais um defensor da causa socialista ou um critico ferrenho do capital.
Hoje percebo que a defesa do socialismo revolucionário ou da luta de classes se perdeu como discurso e também como proposta de uma geração que a minha herdou e não tinha muito claro o que fazer com um discurso fora de lugar. Fico revoltado com o discurso saudosista que minha geração fez aos anos sessenta, o qual teve com legado ter fracassado. É só se lembrar de quem foi José Dirceu ou Genoino e no que se transformaram.
Hoje entendo que lutamos nos anos 80 para conter o ímpeto do nada, buscamos preencher um vazio que a ideologia herdada dos movimentos de 1968 não deu conta ou foi engolido pela sua precariedade diante da mediocridade humana que a sucedeu. Quando fui apresentado às obras de Marx, vivi o dogmatismo da paixão, também não me arrependo nem me sinto prejudicado, ao contrário, esta deveria ser a obrigação de toda a academia, permitir que a consciência e a existência lutem na angústia humana para compreender o mundo a partir de uma ação individual e da consciência coletiva. Quando fizermos uma escolha, a faremos por todos, como diz Sartre. Hoje, infelizmente, vivemos do imediato e ele nos parece muito mais agradável que uma proposta social mais consistente. O nosso maior compromisso é com a satisfação egocêntrica da pessoalidade, da mediocridade, da capacidade limitada da existência particular, sem qualquer compromisso com um projeto coletivo sustentável. As ONGs se proliferam e as ideologias se esvaziaram, a baleia ganhou espaço e a revolução operária se perdeu. De quem é a culpa? Pergunte a um estudante que invadiu a reitoria da USP, talvez, com um profundo sentimento entorpecido pela constante embriagues que lhe é costumeira, lhe dirá: A BALEIA É UMA QUESTÃO DA PRESERVAÇÃO DA NATUREZA, A SOCIEDADE É DA PERDA DA NATUREZA HUMANA. E como um animal, impulsionado pelo instinto, ele se identifica com o “ser” que lhe é mais semelhante.
sexta-feira, 22 de junho de 2007
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