quinta-feira, 12 de julho de 2007

Baleado e sem médico, assim está a sociedade

Alessandro era frentista e foi baleado pelo assaltante e levado para atendimento médico no HU (Hospital Universitário). Contudo a falta de vagas na UTI deixa a vítima de um assalto diante de uma outra condição em que é vítima, o descaso da saúde pública.
De repente estamos vivendo os mesmos dramas dos grandes centros, porque de repente viramos um pesadelo que nossa imagem de comunidade segura e pacífica não suportou.
Nossos aparatos de segurança anunciados pelos meios de comunicação como eficientes mostram fragilidade diante do crescimento das ações de violência. Os limites para controlar a ordem social já não funcionam com a mesma eficiência. O que está ocorrendo? O que mudou?
Acredito que as transformações econômicas e sociais não foram acompanhadas pelos serviços públicos. Acredito que não temos mais a condição de garantir que a política de desenvolvimento de Maringá pare em uma proporção em que, o nosso “condomínio fechado”, sobreviva sem invasores. Já estamos invadidos.
Se formos tentar entender o porque Maringá sempre sonhou em se isolar das condições de violência, entre elas a miséria que se concentra em sua periferia, chegaremos a conclusão que o principal fator da violência é o tráfico, que grande parte dos assaltos e vítimas são conseqüência da busca de condições de consumo de drogas.
A constatação final de todo o drama do frentista que foi baleado e pode ser vitima da falta de atendimento médio é que, a falta de segurança e o descaso com a saúde são o reflexo de uma cidade que não soube compreender que o pior bandido não é o marginal periférico, mas sim, os filhos bem alimentados e saudáveis que consomem desesperadamente as drogas que alimentam a violência que agora nos assombra. Foi a falta de sentido humano que tem transformado os noticiários em uma seqüência de violência e caos. Se reclamarmos dos barulhos dos vestibulandos e universitários embriados, temos que reclamar do assaltante e do hospital que não tem vagas na UTI, mas temos que assumir que o que colhemos hoje foi uma semente plantada a mais de vinte anos, nossos filhos banhados a excesso e sem perspectiva de futuro.

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