segunda-feira, 19 de março de 2007

Anibal se foi e eu não o conhecia, mas isto não importa!

Em minha vida de pesquisador tive o privilégio de entrevistar alguns dos mais ilustres pioneiros desta cidade. Minha experiência como historiador da ACIM (Associação Empresarial de Maringá) me deu a oportunidade inesquecível de conviver com velhos líderes, homens que fizeram diferença em suas vidas e na vida de muitas pessoas. Ermelindo Bolfer sempre me vem à cabeça dizendo que: “quase tudo o que tem de bom e ruim em Maringá ele ajudou a fazer”.
Tive o prazer de me sentar à mesa com Manoel Pismel, Emílio Germani, Amorin Moleirinho, Murilo Macedo e tantos outros que a vida sempre preservará na memória.
Outra pesquisa que me deu alguns dos meus melhores momentos com profissional da história, foi o trabalho com Rogério Recco, hoje um amigo. Pesquisamos a fundação da Cocamar e os seus primeiros associados. Desta feita fiquei frente a frente com José Cassiano, Benedito Lara, Aloysio Gomes Carneiro e Francisco Valias. Contudo, o destino sempre foi ingrato comigo. Todas as vezes que agendei uma conversa com Aníbal Bianchini ele cancelou ou eu não podia. Uma das últimas vezes que tentei, ele já estava doente e já não dava mais entrevistas. Tive, contudo, o prazer de ouvir sua exposição sobre a arborização de Maringá no Colégio Objetivo em 2005. Ali entendi sua intenção.
Hoje, após a morte de Aníbal Bianchini e a existência do livro de Rogério Recco, “Os Ipês da Minha Terra”, sobre “jardineiro de Maringá”, fico tranqüilo., mesmo não tendo tido o prazer de entrevista-lo. A eternidade do que Aníbal Bianchini fez está por todos os lados e isto é o que importa. É só olhar a arborização de Maringá e entender que a obra fala pelo autor quando este já está ausente.

quarta-feira, 14 de março de 2007

O Vazio da Cobrança

A verdade sobre o que produzimos na vida política é, antes de tudo, apreciar a própria arte. A interpretação das imagens que construímos em relação ao poder é marcada pela identificação do político como um sinônimo de corrupção e descaso. Eles são a nossa imagem e semelhança. Somos os criadores desta realidade trágica de parir e alimentar o monstro e ser engolido por ele.
A nossa falta de organização social tem sido merecedora de suas “criaturas algozes”. Simplificamos discussões complexas, as quais não se resolvem com projetos e atos de um vereador, prefeito, governador, ou seja, quem for. Temos o descaso com nossos próprios problemas. Delegamos uma responsabilidade de entender o que nos cerca por uma ausência de controle do que nos pertence, o patrimônio público. Nunca se esqueça que a indignação com o absurdo dos atos de uma câmara de vereadores como a nossa deve ser antecedida pela incompetência da escolha que eles representam, dos seus fiéis eleitores.

terça-feira, 13 de março de 2007

Idade não é problema na escola

A educação no Brasil é um debate eterno, uma novela marcada por capítulos intermináveis de uma história que nunca chegara ao fim. Veja a questão do ingresso de crianças para o ensino fundamental. A lei nacional de educação determina que a idade mínima seja de seis anos para o início da educação fundamental. No Paraná, uma liminar da justiça permite que crianças com seis anos incompletos possam se matricular no ensino fundamental. Aí começamos mais um debate interminável. Estariam ou não as crianças preparadas para ingressarem na Escola? Seria uma violência ao desenvolvimento cognitivo criança estarem com cinco anos e meio subordinadas a regras rígidas, a matérias de formação curricular onde os conteúdos exigem uma atenção maior?
Nesta novela de ficção a criança em questão não existe e nem a escola. Crianças sofrem com ambientes violentos e despreparados para seu desenvolvimento na própria relação familiar, as escolas não tem estruturas físicas e humanas para atenderem adequadamente os alunos. A realidade de grande parte das escolas públicas é o descaso e o improviso. Por isso, a estrutura adequada de ensino e infra-estrutura resolveria o dilema do choque pedagógico. Talvez, o maior problema da educação brasileira é que discutimos muito a ficção da escola ideal e não as condições concretas em que as instituições de ensino se encontram no país.

sábado, 10 de março de 2007

Educação

O Trânsito Necessário

Maringá é uma cidade que poderia ter uma estrutura urbana que acompanhace o planejamento que a constituiu. Acredito que a muitos anos perdemos o compasso do desenvolvimento da cidade em relação a engenharia de trânsito. Quando penso onde está o nó da circulação de veículos e pessoas nas vias da cidade me vem sempre a imagem da Avenida Brasil, principalmente o eixo Avenida São Paulo a Avenida Paraná. Fico imaginando se tivéssemos as avenidas binárias (Avenida Herval, Paraná, Duque de Caxias e São Paulo) que poderiam melhorar o fluxo de veículos, fico pensando no extermínio das "escamas de peixe", numa canaleta para ônibus, fico imaginando na mudança do posicionamento dos terminais, na exclusão dos automóveis e na educação para o uso do transporte coletivo, fico...
Mas, acordo e percebo que existe obstáculos mais politicos e mesquinhos que um raciocínio lógico para as mudanças do trânsito. Quando circulo pelas calçadas da Avenida Brasil me vem a cabeça as cidades do interior que ainda tem um trânsito lento e pessoas que estacionam em mão dupla por que não há exigências de algo melhor. Esta não pode ser nossa forma de pensar, é preciso dar passos a frente para não perder o bonde e ficar para trás.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Dengue

Impressiona estarmos viviendo uma epidemia de Dengue. Já deveríamos ter passado da fase primária de higiene pessoal. O que afirmo não tem relação com poder de consumo de qualquer indivíduo. Muitas vezes a incompetência de cuidar de si e dos outros está nas mais diveras categorias econômicas. O que espero, e isso é fundamental, é que o combate a Dengue seja uma ação de todos e não o desespero de alguns que são obrigados a conviver com a irresponsabilidade egocêntrica de outros. Como um mosquito, fruto de descuido pode ter tanto poder? Talvez seja um reflexo de nossa limitações mentais.

quinta-feira, 8 de março de 2007

Uma exposição circula pelas instituições de ensino superior de Maringá, demonstrando todos os serviços e produtos que podem ser utilizados por formandos. As festas de fim de curso é uma homenagem a que? A alta tecnologia e o grande estilo em que se comemora uma formatura curso muitas vezes organizado com uma estética magnífica, mas sem conteúdo. Nunca os discursos de paraninfos e homenageados foram tão distantes da realidade. No passado a formação em um curso de graduação era uma possibilidade certa de um futuro profissional, em nossas formaturas contemporâneas o custo da comemoração irá demorar anos para ser compensado com a atuação profissional do formado. No caso de alguns formandos será o prejuízo eterno. Assim será melhor, nos dias de melancolia, pegar o álbum de fotografias e passar os olhos cheio de lágrimas na única coisa que valeu a pena, a festa de formatura.
O fim da tarifa diferenciada que transferia excedente de energia para empresas por um custo menor chega ao fim. As empresas se beneficiavam de tarifas que diminuíam custos e permitia uma viabilidade menor de negócios. Com o fim as empresas procuram manter uma viabilidade de tarifas que mantenham o benefício. A luta pela energia diferenciada é a demonstração de que a superação da crise econômica que países vivem só é possível com a produtividade de setores vitais para gerar emprego. Tomara que a Copel volte a fornecer esta possibilidade, contudo a crise no setor energético no Brasil tende a limitar este tipo de possibilidade, ou mesmo transforma-la em um milagre.
Dez toneladas de lixo por semana são trocados por alimento. Uma condição de miséria transforma o lixo em sobrevivência. Temos que considerar em tão que, não é a consciência que faz o lixo reciclar ou ser eliminado de forma correta, mas a miséria que movimenta o lixo como condição de vida. Onde fica a consciência ecológica? No lixo, trocada por alimento!

sexta-feira, 2 de março de 2007

Como pode ser levada a sério uma Câmara de Vereadores que tem cinco veículos não identificados e sem controle de uso? Como pode ser levada a sério uma Câmara que tem entre seus carros de uso Vectras, Zafiras e S-10 Cabine Dupla?
Depois, de tanto oferecerem o pé, é claro que tenho que pegar.
Nada mais circense que a questão que envolve a "velha rodoviária". Um destino já manifestado pelo tempo determina a destruição do prédio que nada tem a oferecer a estética que o "Novo Centro" anuncia. O conflito inevitável hoje entre os interesses de valorização imobiliário e os comerciantes, o que sempre foi determinante nesta cidade não é nenhuma novidade. O que incomoda é a pouca competência de se organizar e planejar dos proprietários de estabelecimentos comerciais que tinham a rodoviária como espaço de sobrevivência. Me parace que as pessoas não aprendem a enxergar o passado com uma leitura do presente. Quem não tem esta capacidade, não tem futuro. Quando poderiam exigir uma solução ao prefeito, não se organizaram, agora no desespero tem que pedir humildemente o que poderia ter sido um direito.